Quem é a vadia agora?

Senti um leve tremor no corpo e assim, despertei.
Sem abrir os olhos, respirei fundo pra  saber onde eu estava.
Não me lembro de absolutamente nada, a festa de ontem foi fodástica. Bebi mais que devia, mas fiz exatamente o que eu quis. As lembranças que tenho, vem de antes um pouco de... Claro! Começo a me lembrar. Aquele cara que eu sempre dei mole veio com sua conversa vulgar pra cima de mim. Adorei. Ele me disse que estava passando o fim de semana na casa de um amigo que morava sozinho. Também disse que esse mesmo amigo era o “rei do pedaço”. Se alguém quisesse alguma coisa, era só falar com ele. “Alguma coisa, referia-se a drogas com certeza. Apenas me deixei levar pelo seu “papo”, porque também me era interessante.
Conversamos e dançamos a noite toda, deus, esse garoto era tão bom que parecia de mentira! Sua voz me deixava completamente desorientada, cheguei a perder até o rumo algumas vezes. Pra falar a verdade, mal me lembro o que conversamos. Papo furado e álcool em excesso são as únicas coisas que me lembro.
Ele sempre chegava mais perto quando percebia que algum outro rapaz olhava pra mim. Eu adoro quando um homem faz isso, me deixando em posição de destaque. Seus lábios quase tocavam meus ouvidos quando ele tentava falar algo mais “quente” pra mim.
Finalmente ele disse às palavras que eu queria ouvir, me convidou pra ir à casa de seu amigo, pra ficarmos mais a vontade. Aceitei sem pestanejar, afinal não seria nada mal ficar relaxada em seus braços...
No caminho, falou como quem tem um desejo por sexo quase insuprível, as coisas que ele dizia, me deixaram com tanto tesão, que eu já estava me tocando, pensando em como seria...
Chegamos logo nessa casa e já fomos direto pro quarto. Eu estava tão bêbada, que mal me agüentava, mas pro sexo, eu ficaria acordada mais algumas horas. Ele pegou uma cerveja na geladeira que tinha ali e jogou pra mim. Antes que eu pudesse beber, ele me deu um comprimido. Seu sorriso tinha tanto prazer que não perguntei o que era, apenas tomei.
Queria que as coisas fossem do meu jeito, então, o joguei na cama e tirei toda sua roupa. Beijei seu peito nu e fui descendo lentamente, até chegar onde eu queria. O chupei até sentir que ele latejava de tesão dentro da minha boca. Então, quando eu parei e olhei pra ele, senti meu corpo de uma maneira estranha. Não tinha mais controle sobre mim.
Caí desfalecida no chão e o ouvi dizendo alguma coisa bem alta, talvez chamando alguém.
Conseguia ver tudo o que acontecia, mas não conseguia reagir de maneira nenhuma.
Seu amigo entrou pela porta e me examinou por alguns segundos. Seu olhar percorreu todo meu corpo e parava nas minhas partes intimas. Ele me desejava. Queria foder comigo igual se fode com uma puta barata.
O que aconteceu depois não pode ter sido chamado de sexo. A violência com a qual me trataram, fez eu me sentir um animal por dentro. Eles se revezam pra me comer. Enquanto um comia, o outro filmava tudo, se tocando em todo processo. Fiquei indefesa e não pude fazer nada.
Eram como animais. Batiam, chingavam e cuspiam em mim, como se eu fosse uma boneca inflável. Consegui ver que de vez em quando, paravam pra fumar um cigarro e cheirar um pouco. Logo em seguida voltaram com a sua carnificina sobre mim.
Desejei ser mais esperta. Por que raios eu não ouvi minha mãe? Seus conselhos seriam úteis nessa hora. Tentei me lembrar de alguma coisa mais nada vinha a minha cabeça.
Abri lentamente os olhos e vi que eles estavam dormindo, um na cama comigo e o outro no chão, jogado. Acho que exageraram na dose das drogas que usaram ontem, e meu corpo já era forte contra remédios. Eles não sabiam, mas eu era viciada em L.S.D. O provável “boa noite cinderela” que me deram não teve tanto efeito assim.
Devagar, caminhei até o corredor e fui para o que eu achava ser uma cozinha. Procurei por uma faca, mas não consegui achar. Andei pela casa calmamente e comecei a abrir as gavetas. Aqui era a casa de um traficante, tinha que ter uma arma.
Achei uma bereta em baixo de uns livros sobre psicologia. Irônico.
Se eu fosse uma garota normal, sairia dali o mais rápido que conseguisse. Mas eu não era. Fui até os dois e estavam do mesmo jeito que os deixei. Cheguei bem perto e apontei pra cabeça do que estava no chão. Era o dono da casa e logo estaria queimando no inferno.
Atirei e vi os seus miolos se espalharem por todos os lados. O sangue que saía dele, era um sangue ralo, chocho, nem parecia sangue. Tive um orgasmo mental enquanto me virava para apontar para o outro “lixo” que estava em cima da cama. Para minha surpresa ele estava sentado na cama aparentemente esperando o seu destino. Mirei pra ele e atirei, apenas pra ouvir o clique seco do revólver. Meus pés começaram a tremer e fui tomada por um medo supremo.
Ele sorriu e lentamente caminhou em minha direção. Tentei correr mais tropecei e caí sozinha no chão. Meu corpo nu encostou-se ao sangue que estava no chão e então, soube que era o meu fim. Ele se abaixou e sussurrou no meu ouvido as seguintes palavras: “Sabe como matamos vadias como você? Queimamos em meio aos pneus, pra que ninguém descubra quem é”.
O tremor em meu corpo fez as lágrimas brotarem no canto de meus olhos. Senti-me uma presa indefesa diante de seu mais cruel predador.
Procurei por uma resposta nas profundezas de meu enegrecido coração.  Deixei que meu lado animal viesse a tona. Naquele momento eu sabia o que tinha que fazer. Falei baixo de mais, só pra tentá-lo a chegar mais perto de mim. No momento em que ele chegou perto o bastante, mordi seu pescoço com tanta força que dilacerei sua veia principal. Levantei-me calmamente e fiquei sentada na beirada da cama o vendo agonizar. A forma como ele se retorcia de dor, tentando gritar, se rebatendo... Simplesmente me deixou em puro êxtase!
Olhei vitoriosa para os cadáveres e ri sarcasticamente. Saí daquela casa imunda com o vibrante triunfar nos meus olhos.
Na porta, olhei para trás, deslumbrando a bela morte que ali havia. Vi a dor nos seus olhos e disse pra mim mesma: “Quem é a vadia agora seus fracassados?” Não contive a felicidade enquanto ia embora dali.
Coloquei os fones de ouvido do meu celular e deixei que tocasse “Tears Don’t fall” da banda “Bullet for My Valentine” enquanto procurava o caminho de casa. Espero ansiosamente por outras festa dessas!

Inferno meu

Tudo queima. O fogo reina aqui, e eu sou só mais uma. Nenhuma esperança me resta e meu corpo sofre um castigo eterno. Ninguém conversa aqui com ninguém aqui. Só esperamos pela tortura que chega a cada dia. Essa cela é insuportável, e as pessoas aqui fedem, mal consigo respirar. Digo que vai passar, mas nunca chega o fim. Nunca.
A porta se abriu lentamente. É ele com certeza. Abriu a porta e mandou que eles entrassem como de costume. Não sei quem são eles, mas não gosto. O cheiro da podridão na sua pele, seus corpos deformados e suas palavras ininteligíveis, sempre resmungando algo.
Um deles me escolhe. Todos os dias são assim, eles chegam, nos possuem e se vão. Todos os dias, a mesma coisa. A criatura ordena que eu fique de quatro pra ele. Não tenho escolha e obedeço. Suas mãos queimam minha cintura, e sua brutalidade me fere. O sangue escorre, mas nem chega ao chão. Evapora antes. Meus joelhos derretem por causa da posição. Meu corpo se corrói um pouco cada dia. Inexplicavelmente, ele sempre se recupera no dia seguinte, mas a dor não se vai.
Enquanto essa “coisa” me sadomiza, um misto de dor e prazer, lembro-me de como cheguei aqui. Os rostos deles antes de serem assassinados por mim. Matei mais de cem pessoas, brutalmente. Eles imploravam por suas vidas, mas eu continuava batendo, dilacerando e usando os tipos de maldade mais variados. Lembro-me sempre daquele homem, casado com três filhos, que sempre me elogiava na rua. Sua aparência era perfeita. Seu sorriso malicioso e suas cantadas perfeitas. Foi o que eu mais gostei de matar.
Era uma tarde de domingo, ele havia me chamado pra beber um pouco e conversar. Sei bem a conversa que ele queria, os homens são tão fáceis de decifrar. Sexo ou dinheiro. Ou os dois. Deixei me levar por suas palavras e ele me levou pra sua casa. Disse que a mulher e os filhos estavam com a avó e que chegariam somente na manha seguinte. Disse que poderíamos desfrutar daquele momento com tranqüilidade.
Sua casa era muito grande e bonita. Ele me levou para um quarto enorme, bem aconchegante. Espalhados por ali, estavam fotos de família, todos juntos e sorrindo. Desgraçado. Eu já ate sabia o que fazer com ele.
Olhei para ele e perguntei o que ele queria comigo, me fazendo de inocente. Ele me pegou com força e me jogou em cima da cama. Suas mãos eram fortes e ele me agarrava com voracidade. Tirou toda minha roupa enquanto sussurrava o que iria fazer comigo. Dizia que ia me foder com força, que eu ia adorar as coisas que ele fazia. Entreguei-me ao momento, pensando no que eu ia usar para cortar esse verme.
O sexo foi violento e interminável. Parecia que ele não comia a mulher há uns dez anos, pelo jeito que ele estava. Fiz tudo que ele quis, e o que eu quis também, claro. Nem me lembro quantas vezes gozei e nem fiz questão de contar às vezes que ele gozou. Fodemos em todas as posições que eu conhecia, e ele me apresentou algumas novas.
Quando terminamos, ele já fazia planos para a semana que vem. Pobre coitado. Mal sabia que ia ver a família toda morrendo e que logo depois seria assassinado brutalmente. Era assim que eu fazia: Trepava e depois matava a família toda. Eu deveria era ganhar uma medalha por acabar com esses porcos infiéis. Matar os filhos e a esposa era como um castigo. Obrigava ele ver tudo, pra se culpar cada segundo que passava.
Um soco me trouxe de volta pra cá, nesse inferno. Tudo dói e meu corpo está jogado no chão. Escuto os gritos que vem de longe. Pessoas choram e gritam se lamentando. Odeio tudo isso. Pensavam que iam fazer todos os seus crimes e todas as suas fornicações e terminar numa boa? Ah sim, claro.
Eu jamais senti remorso, na verdade eu sempre achei era bom. Todo esse fogo, toda essa dor, e já que sei que vou sofrer por toda eternidade, eu só penso em uma coisa: Eu devia era ter matado mais!