Mudanças


Quando cheguei à escola tinha um menino caído no chão enquanto outros três se afastavam dele. Perguntei o que tinha acontecido e ele disse pra deixar pra lá. Me emputeci e joguei o caderno na cabeça de um dos três que saíram. Ele olhou pra traz com uma cara de ódio e correu até minha direção, mas os outros dois o seguraram. Dizia que eu era uma menina e que me bater era acarretar suspensão. Ele deu de ombros e ficou resmungando alguma coisa.
O garoto do chão estava de pé do meu lado, rindo como um retardado. Parecia feliz com aquilo, então também sorri. Ele estendeu a mão e disse que se chamava Nicolas.  O levantei  e disse que me chamavam de Raika. Conversamos durante a aula e descobrimos que tínhamos muito em comum, música, desenhos, livros, coisas do tipo. Chamei-o pra minha casa depois da aula, disse que meus pais estavam no trabalho que podíamos ficar tranqüilos até por volta das sete da noite. Eu queria mesmo era uma transa, nossa já fazia um século que eu não dava pra ninguém, e ele parecia legal. Ele topou ainda que relutante. Ótimo!
Depois da aula fomos juntos chegamos a minha casa e logo chamei pro meu quarto. Puxei-o pra perto de mim e o beijei com força na boca, cheguei a machucá-lo, sentindo o gostinho do sangue escorrer. Ele ficou meio assustado, mas logo cedeu, e começamos a foder. Eu fiz praticamente tudo, como eu gosto. Depois de trepar por duas horas, tomamos um banho e ouvimos musica até seis horas. Antes de sair, ele me beijou e disse que a escola nunca mais seria a mesma.
No outro dia quando cheguei, ele estava lá, quieto, mas com maldade nos olhos. Percebi que tinha uma comoção no pátio e resolvi ir até lá primeiro. As meninas diziam que um garoto tinha saído pra jogar e não tinha voltado. Perguntei pra uma ruivinha, que parecia a mais simpática, quem era o cara. Ela olhou pra mim e disse que era o garoto que eu tinha jogado um caderno na cabeça ontem. Todo mundo me olhou com uma cara de medo, e logo se dispersaram. Estranho, mas era assim que as coisas aconteciam. Isso era justiça divina. Bem feito pra ele.
Corri pros braços de Nicolas e nos beijamos. Senti um tom de comemoração nos olhos dele. Perguntei o que era e ele disse que já tinha me avisado. “A escola nunca mais será a mesma”. Esse garoto só me impressionava, será que ele tinha algo a ver com o desaparecimento daquele menino? Tomara que sim. Espero que ele tenha judiado bastante dele.
Quando acabaram as aulas, ele me chamou para ir à sua casa, pra ficarmos mais a vontade. Claro que eu topei, mais uma tarde de sexo, pensei.
Chegando lá, ele me levou para um quarto no fundo da casa e antes de abrir a porta disse pra eu não gritar. Foi aí que vi que o garoto desaparecido estava lá, amarrado em uma cadeira, todo machucado.
Sorri e perguntei o que ele pretendia. Vi que tinha uma câmera no canto do quarto. Ele começou a tirar a roupa e vir até mim. Adorei a idéia e fui logo tratando de tirar a minha também. Transamos ali, na frente do garoto. Ele tentava se mexer, mas estava bem amarrado. Nicolas me pegava de um jeito que nem parecia o mesmo de ontem. Eu gemia e fazia tudo que ele mandava. Depois de algumas horas de selvageria, ele me pediu pra pegar a marreta que estava do meu lado. Peguei e enquanto ele gargalhava. Foi em direção ao garoto e acertou com tudo bem no meio do seu joelho. Ele tentou gritar, mas não conseguia, a dor era muita. Nicolae batia em todas as partes do corpo dele enquanto falava consigo mesmo. Levantou  a marreta e acertou com tudo na cabeça do garoto. Acho que nem em filmes ou livros, eu tinha visto algo tão nojento. O sangue espirrava e sujava tudo que era canto. Nicolas se divertia e batia de novo, mesmo sabendo que o garoto estava morto.
Quando se cansou olhou pra mim e me mandou chegar mais perto. Aproximei-me e ele me abraçou, todo ensopado de sangue. Pensei que ia sentir nojo ou repulsa, mas o cheiro me deixou quase que delirando. Sangue e sexo. Transamos de novo, todos sujos com o sangue ainda quente daquele estúpido.
Assim que acabamos, contou que morava sozinho há alguns anos e que não precisavamos preocupar com nada. Trancou a porta do quartinho e subimos pro seu quarto de verdade. Tomamos um banho juntos enquanto ouvíamos Rammistein, que eu tanto adorava. Ele foi explicando que já fazia isso há algum tempo, e que sempre dava um jeito de jogar a culpa em alguém. Fingia ser o coitadinho da escola pra saber quem eram os valentões do pedaço e depois os matavam.
Admirei-me ainda mais por ele. Combinamos quem seria a próxima vítima, os outros dois garotos que faziam parte do grupo. Sabíamos exatamente o que iríamos fazer, eu iria seduzir os dois, e levá-los pra casa do Nicolas. Lá, daríamos jeito neles.
Na escola, cheguei perto dos dois e comecei a falar sobre coisas picantes, esses garotos são muito tarados. Disse que eu tinha vontade de sentir os dois em mim de uma única vez. Claro que eles ficaram se achando. De longe Nicolas observava sem nenhuma expressão no rosto. Convidei-os pra ir na “minha” casa e mal se contiveram de tesão.  Eu quase não agüentei por dentro. Queria rir, como era fácil enganar os homens, eram todos iguais, exceto Nicolas, é claro.
Chegando lá, um deles pegou o celular e mexeu um pouco, mas só isso. Entramos e fui logo levando eles pro fundo da casa. Lá estava o quartinho, Nicolas devia estar esperando com alguma arma pra matá-los. Abri a porta e assustei ao ver que não tinha ninguém, nenhum corpo e apenas um colchão jogado no chão. Estava tudo limpo. Nenhuma gota de sangue. Nem sinal do meu querido.
Os garotos vieram me segurando e eu fui entrando na dança, logo meu salvador chegaria e acabaríamos com aquilo. Mas ele não chegou. Eu vi que a câmera estava ligada então entendi, era parte do plano, ele devia estar assistindo em algum lugar.
Dei com vontade pros dois, fiz até caras e bocas pra câmera. Aquilo me excitou, eu fui gozando e gozando e parecia nunca acabar. Escutei um barulho na porta que os dois não perceberam, era Nicolas, com um revolver e atirou em um dos garotos. O outro olhou assustado sem entender. Antes que ele falasse qualquer coisa Nicolas atirou nele também e o sangue encharcou tudo, e eu adorei.
Nicolas me beijou e começou a me acariciar. Entreguei-me e fizemos sexo de uma maneira tão selvagem, em meio a dois corpos mortos. Era simplesmente muito excitante aquela sensação.
Vi um pouco de tristeza nos olhos dele. Quando perguntei por que ele estava com aquela cara, ele sorriu e me disse bem perto do meu ouvido: “O pior de tudo é que de você eu realmente gostei. Vou sentir sua falta”.
Senti algo quente escorrendo de mim e olhei para ver o que era. Sangue, e era meu. Ele tinha me cortado nos seios, um corte profundo e preciso, que acertou em cheio o meu coração. Eu não compreendia nada. Ele havia me matado também? Mas por quê?
Ele começou a jogar gasolina pra todo lado e eu ainda podia sentir um pouco de dor. Ele me disse que um dos garotos havia ligado pra mãe e que ela tinha chamado a polícia, logo a casa estaria cercada. Vi quando ele jogou um palito de fósforo e o fogo invadiu o lugar. Tudo se consumiu muito rápido e mal senti meu corpo queimando. Era o fim. Ainda pude ouvi-lo dizendo que me amava antes de fechar a porta e ir embora.
Nicolas foi embora pra próxima cidade, trocando de nome e aparência. Ninguém jamais achou o corpo de Raika, mas encontraram os corpos dos três garotos, queimados e mutilados.
Em uma coisa ele estava certo “A escola nunca mais será a mesma”.

Podre Ilusão

Não posso acreditar nisso. Seu sorriso me fere. Depois de tudo que você me fez. Te o ofereci carinho e minha vida. Me entreguei . Desobedeci as leis por sua causa e perdi minhas asas pra ficar aqui. Sempre estive por perto quando precisou e o que ganhei em troca? Traição, desprezo.
Ouvi dos seus amigos que eu não passava de mais uma, que estava comigo por que eu “trepava” gostoso. Sabia de tudo, mas aceitava. Acreditava que um dia, você iria dizer pra todos eles que me amava e que eu era a mulher de sua vida. Diria que aquela vida fútil e inútil que havia levado tinha acabado e agora, construiria uma família comigo.
Como pude ser tola a ponto de acreditar em um ser humano patético como você? Dizem que o amor é cego. Não, a ignorância é cega. Todas as noites quando chegava fedendo a cigarro e bebida, sabia onde você estava, mas me enganava. Eu sempre soube que você estava com “ela” seja lá quem fosse, ou quantas foram.
E quando precisei de você ganhei um sonoro “não”. Disse que tinha outros planos, que era melhor terminarmos, pois não estava dando certo. Disse que já não era como no começo, já não me amava. Me tocou o rosto, e teve coragem de pedir uma despedida.
Topei uma ultima vez na cama, afinal, era sua vontade, não era? Não me amava, mas “foder” sempre é bom. Verme. Eu não entendo como não consigo te odiar.
Me tocou com suas mãos sujas como se eu fosse um monte de lixo. Aproveitou cada segundo comigo. Acho que já tinha outra vagabunda te esperando, caindo no seu papo como eu acreditei. Me entreguei por inteiro. Fazia tudo o que você queria e ainda tolerava suas mancadas.
Te distrai para pegar minha faca. Fiz exatamente o que você merecia: uma morte lenta e agonizante. Cortei seu pescoço, um corte longo, mas não muito fundo, pra que você não perdesse o sentido de uma vez. Afundei apenas o bastante pra você se sentir fraco, e não reagir. Vi o sangue escorrendo e aquilo sim, me deu prazer de verdade, sua dor.
Fiz você se sentir como eu me sentia toda vez que você me chamava por outro nome.  Quando você atendia o celular e dizia que estava com uma “amiga” e que logo iria embora. Todas as vezes que você saiu sem dar explicação. E me agradou, ver você ir embora pra sempre de minha vida, sentir o sangue quase púrpura escorrendo entre meus seios. Você morria lentamente e ainda assim, sorria.
Tentou sussurrar suas ultimas palavras, disse “me perdoe”. Já tinha ouvido aquilo mil vezes, e não mais acreditava. E ainda continuou sorrindo.
Teus olhos brilharam pela ultima vez, e então se fecharam. Você se foi. Agora poderia continuar minha vida de onde parei, exatamente no dia em que te conheci. No dia em que abdiquei de minha vida para viver junto ao cafajeste que você era.
E agora que se foi, não sei o que fazer. Teu corpo está rígido e pesado, eu mal posso respirar. Uma lágrima fria arde em meus olhos, mas por quê? Você não merece nenhum sentimento, exceto pelo mais puro ódio, tudo que há de ruim reunido em apenas uma palavra, sem emoção.
A quem eu estava enganando? Sei que não posso ir em frente sem você, que meus dias se tornarão negros e que nunca mais voltarei a sorrir- nem verei teu sorriso tão chamativo... Sei bem o que tenho que fazer.
Peguei novamente a faca, e dessa vez era o meu pescoço que eu cortaria. Sofreria mais essa dor por você, ficaríamos juntos pra sempre. Eu te perdôo por tudo, aceitei em nome do amor, e sei que você também o fez. Apenas negava o que sentia, mas agora que a vida em você tinha se espairecido, finalmente percebera que nossos corações deveriam ser um só.
A luz cintilante apareceu. Meus olhos doem e não vejo nada além de uma clareza sem fim. Não o vejo, não enxergo nada. Procurei por suas mãos e não encontrei. Você não estava ali. Quando percebi, era tarde demais.
Um barulho ensurdecedor me acordou, e estava ensopada de sangue. Eu não sabia o que havia acontecido, mas não era bom. Pessoas vestidas de branco em cima de mim, dizendo pra eu me acalmar, que eu iria ficar bem. Perguntei de você. Era tudo que conseguia pensar. A resposta foi negativa, você tinha ido embora e agora eu conhecia a morte.
Se fosse pra ser assim, teria aceitado desde o começo. Carregarei na alma pra todo sempre, o teu último sorriso. Desejo-te um lugar bom pra descansar, e eu vou seguindo em frente. Sozinha, mas totalmente destruída.



Sonho Incontido

Já eram quatro e meia da manhã quando eu, habitualmente saía da casa do Edgar.
Todos os fins de semana eram a mesma coisa, bebedeira e drogas, sem contar as constantes orgias que ali aconteciam. Eu sempre via, mas nunca participei diretamente. Até ficava com uma ou outra pessoa, mas nunca mais de uma por vez. Falta de oportunidade eu acho.
Eu estava cansada de tudo aquilo, de ficar com aqueles “junkizinhos” malditos, e ficar repetindo as mesmas conversas sempre. Coisas que eles sempre julgavam saber, de como eram importantes, ou em como passavam a perna nos otários que conheciam.
No caminho pra casa, fiquei imaginando como seria bom se todos eles morressem,  de uma maneira cruel e desconfortável.
Imaginei hipóteses e fiz até alguns projetos sobre isso. Toda adolescente problemática, uma hora ou outra pensa em morte. Em como seria legal “limpar” a face da terra de alguns vermes insignificantes. Mas eu era medrosa demais  para fazer qualquer coisa.
Cheguei a minha casa e estava tão bêbada que não consegui nem me cobrir, apenas deitei e apaguei em menos de um minuto. Eu fedia a cigarro e vinho barato. Tentei não pensar no carinha que eu tinha beijado há pouco. Ele era bonitinho e tal, mas era estúpido como qualquer outro ali. Só pensava em si mesmo e em como iria disfarçar o quanto estava bêbado e drogado para o pai. Ria do som da própria voz.
Adormeci e logo tive um sonho estranho. Nele eu estava grande, e era forte. Meu corpo parecia não estar “preso” e eu me movia com tanta destreza e facilidade que parecia voar e não andar.
Dei uma bela olhada pra mim e fiquei pasma! Não podia me enxergar como isso era possível? Era como se apenas minha alma estivesse ali. Eu sabia que isso era impossível, mas como? Ah, deixe estar, sonhos nunca fazem sentido mesmo.
Andei por um tempo até perceber pra onde eu estava indo, na casa de Edgar! Tremi um pouco quando parei na entrada da porta, mas se era um sonho e eu não precisava temer. Entrei e o que vi me enojou. Eles estavam todos caídos, desmaiados pelo consumo excessivos de álcool e ou qualquer outra coisa. Vi todos eles e pareciam estar pedindo ajuda, algo como “por favor, nos tire desse sofrimento, não agüentamos mais essa vida que levamos”. Eu retirei das costas um tipo de machado, só que com o cabo mais longo, parecia uma foice. Levantei o mais forte que pude e acertei o primeiro. A sensação de ver seu sangue espirrando foi imensurável. Cortei-o inteiro e não poupei esforços. Agi como se tivesse todo tempo do mundo. Desfrutei cada centímetro daquele corpo antes de matá-lo.
Os outros nem se mexeram, pareciam nem ter ouvido nada. Peguei mais um e o levantei até a altura de meus ombros. Ele abriu os olhos e senti que ia gritar, mas fui mais rápida que ele. Tapei sua boca com uma das mãos enquanto eu apertava seu pescoço com a outra. Aos poucos, ele foi perdendo a cor - e a força. Tirei a mão que estava na boca e comecei a passear pelo corpo dele. Senti seu coração bater, bem fraquinho dentro do peito. Uma sensação tão enfadonha me tomou conta e nem percebi quando rasguei sua pele e retirei aquele órgão vermelho pra mim. Escorria sangue por minhas mãos, que apesar de não ver, eu podia sentir.
Era como satisfazer todos os meus desejos mais obscuros, mais vulgares. Eu me sentia bem de uma maneira como não me sentia há tanto tempo! Passei a boca no coração, que já tinha parado de bater. Lambi suavemente os dedos e me deleitei com prazer...
Joguei o corpo no chão e caminhei para o próximo. Dei um soco na cabeça desse, com tanta força que acho que ele morreu ali mesmo. Continuei cortando mesmo assim, afinal, não podia desperdiçar uma morte assim. O fatiei em tantos pedaços, jamais saberiam se aquilo era um humano ou um animal desossado.
Matei todos eles e senti um tremendo vazio ao ver que tinha acabado. Porque as coisas boas têm sempre que acabar tão rápido? Nem em sonhos eu me dava bem.
Já estava saindo quando escutei um gemido histérico de uma mulher. Olhei para os corpos no chão e contei, havia sete corpos. Naquela festa, contando comigo estavam dez pessoas e eu me lembro bem delas. Faltava o vermezinho que eu havia ficado e uma garota loira que me encarou a noite toda. Aquela pervertida, com certeza queria entrar no meio de nossos beijos, eu sentia isso.
O carinha já devia ter ido embora, tendo em vista que quando eu sai ele disse que estava com muito sono e que também já estava de saída. Com sorte, a menina tinha cheirado mais do que devia e agora estava trancada no quarto dos fundos, fazendo barulho pra alguém perceber e tirá-la dali. 
Fui me aproximando da porta lentamente e percebi que tinha uma musica tocando ali. Eu conhecia bem aquela música. Era musica pra transar, Marylin Manson. Será que eu me esqueci de alguém? Não, tenho certeza de que contei bem as pessoas e eu sempre me lembro quem estava nessas festas. Se algo meu sumisse, eu saberia quem acusar na segunda-feira.
Abri a porta e o que eu vi me deixou com uma excitação que não posso explicar. Aquela vadia estava transando com cara que eu fiquei. Ela estava por cima dele e gemia como uma perfeita atriz pornô enquanto ele estava por baixo, quase imóvel.
Encostei-me à parede e fiquei olhando para aquela cena. Confesso que gostei do que vi. Os dois corpos se esfregando, aquelas peles tão macias e quentes... Tive vontade de entrar no meio e “participar” da brincadeira. Lamentei ser um sonho, e não poder ver meu próprio corpo.
Comecei a me tocar e soube de imediato o que eu ia fazer. Eles também sentiriam meus toques. Subi na cama e percebi que a garota loira deu uma olhada para o meu lado, mas só de relance. "Continuem o que estão fazendo", pensei.
Toquei o corpo dela e relutante ela se entregou. Toquei os dois e finalmente fiz o que eu queria. Transei com os dois, e admito que gostei das caras de surpresas que faziam. A garota que olhava sem entender, parecendo sentir a presença de mais alguém ali, além dos dois e o garoto, que com toda certeza do mundo, estava se achando. Aquele drogado maldito.
Os dois estavam fumando quando eu me levantei e peguei minha “arma”. Cortei primeiro ele, só pra o ouvir gritar e passar vergonha perto da loira. Sua voz quase feminina, patética para um homem, mas no fim, todos os playboys são assim, despreparados para a verdade. Mesmo em sonho.
O lençol estava ensopado com aquele liquido vermelho, e eu apenas ria com prazer. A garota loira estava imóvel, em choque. Por alguns segundos eu pensei no que fazer com ela. Deixei ela ali, apavorada, sem entender absolutamente nada. Caminhei assoviando para a porta e fui embora. Era o fim de um sonho e eu apenas assoviava e cantarolava “Sweet Dreams”.
Ouvi um barulho chato e estridente. Meu despertador. Mas que ótimo, era domingo e esqueci-me de cancelar ele. Já que tinha acordado, resolvi beber um pouco de leite ou café, pra curar aquela maldita ressaca. Fui à cozinha e meus pais estavam lá. Correram e me abraçaram, chorando. Diziam que foi deus que me tirou de lá antes daquele louco chegar, que eu tinha sido poupada pelo destino, só pra poder fazer as coisas certas dessa vez. Agora sim eu tinha ficado louca. Já não bastava o sonho estranho que eu tive e meus pais falando merda logo de manhã.
Perguntei o que era e me mandaram ligar a televisão. O que vi me entristece até hoje. Aquela menina loira, no noticiário local, falando sobre como tinha escapado da morte, em como havia sido difícil ter que ver todos os seus amigos serem mortos por uma “força misteriosa”.
Aquilo não tinha sido sonho! Eu matei todas aquelas pessoas! O que eu irei fazer? E se me descobrissem? Entenderiam que eu estava em transe e que a culpa não tinha sido minha? Será que a culpa não tinha sido minha? Era o que eu queria não era? Matar todos eles...
Desliguei a t.v. e meu pensamento não saía da loira. Ela precisava morrer. Já sei exatamente o que vou fazer, dormir de novo... Eu estou indo, indo pegar você!